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Por que aderi ao estilo de vida low carb?

Quase aos 40 anos de idade, resolvi começar um processo de mudança intensa de hábitos. Não era somente uma reeducação alimentar, mas a adoção do estilo de vida low carb – bem resumidamente: uma redução orientada da ingestão de carboidratos.



A decisão de mudar veio do entendimento – como médica e paciente – de que diversas condutas não estavam me levando para um estilo de vida com disposição e saúde.


Uns dois anos antes, meu organismo começou a dar os primeiros sinais. Fadiga crônica, intolerância a lactose, carne vermelha e feijão, queda de cabelo, unhas quebradiças, enxaqueca, sono ruim – acordava sempre às 3h da madrugada. Achava ainda que cansaço e dificuldade de concentração fossem culpa do excesso de trabalho.


Percebi também que tinha quadro de hipoglicemia quando ficava muito tempo sem comer, tremia, suava e tinha dores de cabeça.


Observei que alguns carboidratos ditos “complexos” – batata doce, pão integral 12 grãos e feijão – subiam muito minha glicemia (de 60 para 145mg/dL). Desconfiei que algo estaria errado, mas dentro do meu conhecimento médico e consultando alguns especialistas não encontrei respostas. Fazia muita atividade física e não estava com a saúde em dia.


Um amigo cardiologista fez um alerta: a gordura não é o problema, mas, sim, os carboidratos. Em congressos de nutrição, aprendi que muitos maratonistas têm problemas gastrointestinais devido aos grãos, além do excesso de atividade física. Aprendi que a atividade física, apesar de ser extremamente importante para a saúde em geral, contribui pouco para a perda de peso.


Mudei meus hábitos, começando pelo corte dos grãos (arroz, feijão, lentilha, trigo, grão de bico, entre outros). Foi então que comecei a me sentir muito bem e parei de apresentar quadros de hipoglicemia. Em 30 dias, minha intolerância à lactose acabou e, em seguida, consegui voltar a comer carne vermelha.


Segui em frente, estudando

Percebi que o tema estava repleto de referências científicas e comecei a ler livros (todos os do Gary Taubes, Nina Teicholz, Jimmy Moore, Jason Fung, Maria Emmerich, Terry Wahls, Thomas Seyfried, Steve Parker, Mark Sisson, Jekk Volek & Stephen Phinney, entre outros).


Assim, me interessei e aprendi muito sobre a dieta cetogênica – que visa solucionar o esgotamento causado no corpo pelos carboidratos –, por sua aplicabilidade na prevenção e tratamento de enxaqueca, fadiga crônica, câncer e doenças neurodegenerativas. Minha enxaqueca desapareceu.


Enfim, minha concentração estava de volta, e não sentia mais cansaço nem alterações de humor – inclusive, a TPM melhorou bastante. Em três meses, emagreci e mantive a massa magra.


Meus exames laboratoriais mostraram o que eu já estava sentindo: minhas deficiências vitamínicas e anemia foram solucionadas, meus marcadores de inflamação e risco cardiovascular (PCR ultra-sensível, homocisteína, fibrinogênio) estavam todos normais; meu triglicérides caiu abaixo de 70mg/dL, e meu HDL passou de 70mg/dL (antes era abaixo de 40mg/dL).


Supervisionados por especialista, minha família (exceto pai e mãe) entrou na dieta. Meu marido nunca se sentiu tão bem, e os exames de sangue seguem com resultados cada vez melhores.


Meus pacientes entraram na dieta e muitos amigos também. Todos perceberam que o low carb era um estilo de vida.

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